
A Tiara -- também chamada de Regnum -- é uma coroa tríplice que os papas usavam para indicar a Unidade da Igreja e a suprema suserania do Papa sobre toda a Cristandade, isto é, de que o Papa era Soberano Universal da Igreja Una, Soberano dos Estados Pontifícios, e Bispo de Roma.
Esses títulos foram sendo acumulados aos poucos.
Desde sempre, começando com o próprio São Pedro, o Papa foi Bispo de Roma
Com o fim do Império Romano (476 D.C.), o Papa foi a única autoridade restante na Itália, o que o obrigou a exercer autoridade governativa, para impor ordem, mesmo material, nas terras italianas assoladas pelas invasões dos bárbaros germanos. No fim do século VIII, Pepino, o Breve, e depois, no ano 800, Carlos Magno, depois de vencerem os Lombardos que ameaçavam o Papa, confirmaram a soberania do Papa sobre as terras do centro da Itália, em torno de Roma, reconhecendo o Reino do Papa, os Estados Pontifícios.
Finalmente, Bonifácio VIII, instituiu a terceira coroa da Tiara, como sinal da suprema suserania do Papa sobre todos os Reis da terra. Isso foi em 1299.
Stefaneschi definiu a Tiara como unindo a figura da esfera e do côvado. A circunferência da base seria o símbolo do poder papal sobre o globo terrestre, enquanto a altura dela, medindo um côvado, simbolizaria a Igreja como a realização da Arca de Noé cujas medidas eram fundadas no côvado. E assim como a arca de Noé salvou os homens que nela estavam perecendo todos os demais, assim também os que estão fora da igreja perecem.
Por isso, num cerimonial de coroação do papa no século XVI se lê que o Cardeal Diácono, ao impor a Tiara na cabeça de um novo Papa diz:
“Recebe a Tiara ornada com três coroas e saiba que Tu és o Pai dos Príncipes e dos Reis, o reitor do Universo, o Vigário do Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo na terra”.
“As três coroas simbolizam, pois a universalidade do poder pontifício, o dominium sobre o mundo (a supremacia do papa) sobre os reis e sobre o Imperador), assim como sua soberania sacerdotal” (Agostino Paravicini Bagliani, Boniface VIII, Payot, Paris, 2000, p. 243).
Durante o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI fez um gesto de renúncia a tudo isso, numa cerimônia em São Pedro depositando a Tiara, aos pés do crucifixo. A sua coroa lhe fora dada pelos Milaneses, e tinha a forma de uma ogiva de foguete. Consta que as três coroas eram formadas por três círculos de ouro enfeitadas com Sputniks soviéticos. É o que contaram as famosas fontes romanas tão murmurantes. Como disseram também as mesmas fontes que essa tiara foi vendida, e o dinheiro todo teria sido dado às FARC colombianas. Aquelas do comunismo castrista, traficante de cocaína.
As fontes murmurantes de Roma contam cada coisa...
Só com o passar da História se confirmará o que elas murmuram suavemente...
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Fonte:http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=papa&artigo=20080518134451&lang=bra