segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

PRÁTICAS MUITAS X ESQUECIDAS






Jejum é uma abstinência que fazemos em nome da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo para pedir o perdão dos nossos pecados e também para alcançar graças especiais. O jejum não deve ser necessariamente de "pão e água", mas deve se adequar a nossa condição física e espiritual. Não podemos de forma alguma praticar um jejum rígido quando se quer nunca tivemos uma experiência desta espécie. Lembro-vos também que toda prática espiritual deve ser orientada por um bom diretor espiritual, para que estas práticas não acabem indo contra a virtude. Recordo-vos também de uma lei da Igreja que informa que o jejum só é obrigatório a partir dos 18 anos.








O jejum obrigatório que a Igreja exige do fiel católico, para amanhã (na Quarta-feira de Cinzas), trata-se de um jejum rígido mas, que não prejudica de forma alguma as faculdades físicas e espirituais do indivíduo. Ao acordar deve-se tomar café mas de forma reduzida. Corte tudo pela metade. Ao invés de dois pães coma apenas um e ao invés de duas frutas coma apenas uma. O almoço deve ser feito de forma natural, o que não permite sobremesas e outras iguarias típicas de festas. O jantar deve ser feito de forma a 2/3 do habitual. É recomendável no jantar, uma sopa de legumes acompanhado de pães.





Amanhã temos também a abstinência de carne. O motivo pelo qual em dias de jejum nos abstermos de carne trata-se de que a carne bovina, suína e aviaria são de difícil digestão, e por deste modo não faz do jejum o que ele deve ser. O motivo do jejum é sentir fome e abster-se dos alimentos que causam prazer, unindo-nos assim a Paixão de Nosso Senhor. Ficam então assim proibidas comidas que contenham carne e caldo de carne. A carne de peixe é permitida pois o peixe é uma carne leve que o organismo humano tem grande facilidade para a digestão.



Foi-se criado um número variado de lendas e mitos entorno deste tipo de abstinência. Esses mitos são provenientes, pelo simples fato dos pais não saberem explicar o motivo pelo qual se come peixe nestes dias santos, e por isso inventaram uma série de histórias para os filhos se sentirem obrigados a praticarem a abstinência. O motivo é muito simples, faz-se jejum nos dias de penitência para nos auto castigar e implorar a misericórdia divina pelo perdão dos nossos pecados e para solicitar graças especiais. O jejum também é uma forma de colocarmos nossas vontades submissas a razão, libertando-as dos instintos e das concupiscências.









A prática da oração deve ser para o cristão um ato de respirar da alma. Assim como alimentamos o corpo com alimento e com oxigênio, assim a alma necessita de práticas de orações. Recomenda-se na Quaresma que as orações do cristão sejam redobradas para uma busca de maior aproximação do criador. As formas e práticas de orações são muito diversas: Contemplativa, oral ou vocal, e orações do pensamento. Podemos fazer orações contemplando uma imagem sacra ou através da imaginação. Antes das orações recomenda-se que o fiel se afaste dos pensamentos e preocupações da vida. Deve se dirigir a um local no mínimo silencioso e distante de qualquer interrupção. Pode ser feita de joelhos, em pé, sentado ou até mesmo deitado. Pode-se recorrer a utilização de uma imagem para ajudar o fiel a busca de um estado de contemplação. O terço é uma forma de oração contemplativa. Nas orações contemplativas não importa muito a velocidade em que são recitadas as orações, mas sim, que nossos pensamentos estejam voltados exclusivamente a Deus Nosso Senhor. O importante na oração do rosário, por exemplo, é a contemplação dos mistérios do terço e não a quantidade de Pais-nossos e Ave-Marias. Estas orações que acompanham o rosário são como uma música de fundo desta prática tão rica e valiosa. Pode-se recorrer na contemplação através da música sacra. Lembrando que a música não seja uma das melhores formas, pois muitos que desta maneira se dedicam, acabam se tornando dependente deste meio e esquecendo por si o essencial. Recomenda-se que durante a quaresma o fiel reze apenas os mistérios dolorosos do Santo Rosário, já que estamos nos preparando para a Grande Semana.




E por fim temos a oração mental, que é muito semelhante a oração contemplativa, mas com características de oração vocal. A oração mental trata-se de certa forma fazer nossa mente falar no lugar de nossos lábios. Ao invés de falar, nós, simplesmente, usamos a mente para pedir algo à solicitude divina. A oração mental é muito útil para que não incomodemos as pessoas que estão próximas. Quem deve ouvir nossas orações é Deus e não os demais presentes. Lembrando que na sua estrutura a oração mental funciona da mesma forma que a oral, menos no que diz respeito na utilização dos lábios e da língua. Deus que conhece a mente de todos ouvirá seus pensamentos.
A esmola, pode ser melhor definida, como a prática da caridade. Lembrando que a caridade não se trata apenas em dar coisas materiais mas também coisas espirituais. A caridade também se trata de uma palavra de consolo ou uma ajuda. Não podemos nos omitir em achar que somos os únicos habitantes da terra. Devemos ver a necessidade dos outros como as necessidades do próprio Cristo. Uma esmola significa, ajudar, acolher e ser cordial com as pessoas. No dia-a-dia devemos ser generosos e cordiais, para um dia, sermos recompensados por Nosso Senhor. Lembremos da passagem do Evangelho: "Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado. Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito." (Mateus 5, 41-48).


A caridade não deve olhar a quem deve ser feito o bem. Devemos praticar o bem a todos sem exclusão. Recomendo-vos de ler o capítulo 5 e 6 de São Mateus no dia de hoje. Trata-se de uma ótima leitura para começarem a Quaresma refletindo sobre tudo isso que vos falo. A caridade pode ser feita através de visita a doentes e encarcerados. A caridade pode ser realizada aos desolados, desabrigados e aos órfãos. Caridade é amor. O verdadeiro amor que ensinou Cristo Nosso Senhor e que nos ensinou a amar até o fim.

Fonte: Precioso deposito

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